Excisão Feminina - Um Golpe de Submissão
Todos os dias saem notícias sobre uma panóplia de assuntos, desde a política até ao futebol, passando pelos crimes passionais e pelo sensacionalismo que faz correr “tinta” em jornais e revistas. Francamente, a banalidade em que vivemos hoje em dia faz cair em esquecimento o facto de que todos os dias há atendados contra a vida humana, principalmente, da mulher.
Um desses atendados à integridade, física e mental, da mulher, e que em muitos países ainda não é considerado crime, é a excisão feminina ou, por outras palavras, a mutilação genital feminina, o qual consiste na remoção do clitóris, geralmente a meninas entre os 11 e os 12 anos. O pior de tudo é que estas meninas de seguida são costuradas e só podem descoser-se aquando o ato sexual e, no fim do mesmo, terão de ser novamente costuradas.
Esta é uma prática comum nos países africanos e asiáticos, e a principal “razão” para tal atrocidade acontecer é de que, para satisfazer os homens, as mulheres têm que ser 100% “puras” e, por isso mesmo, se tiverem o clitóris não estão aptas para casamento e são consideradas impuras.
Observamos os números (da imagem abaixo) e pensamos que, por mais horrenda e nociva que seja esta prática, ocorre apenas em países ancestrais que acreditam que a pureza da mulher se encontra no seu corpo. No entanto, e por mais infeliz que seja esta realidade, em Portugal houve pelo menos 80 casos de mutilação feminina em 2016 e 6.000 mulheres, que vivem em território nacional, já sofreram do mesmo.
Muitos são aqueles que pensam que apenas acontece noutros países e nós, enquanto uma nação, não temos poder para alterar o rumo destas tradições, lá está, porque as tradições estão enraizadas nos países. No entanto, 15.000 comunidades de 20 países, onde ocorre a excisão feminina, já declararam que estão a abandonar essa prática e pelo menos 5 países já aprovaram legislação para criminalizar a prática!
A UNICEF tem o objetivo de erradicar a Mutilação Genital Feminina até 2030 e é óbvio que, por cada linha e agulha que estas mulheres sofreram ao longo dos anos, não podemos simplesmente "fechar os olhos" e pensar que não acontece em Portugal ou noutros países ocidentais.
E, de facto, se houver união por parte dos vários povos, a UNICEF e o mundo irão conseguir atingir o seu objetivo em 2030!